terça-feira, 25 de novembro de 2008

Inveja

Dizem que a inveja é a doença dos portugueses. Não há erro mais errado. Tomara nós que fosse essa a doença dos portugueses, era sinal de que estávamos todos de boa saúde. A doença dos portugueses é precisamente o contrário: incapacidade de sentir inveja. E a culpa que nos sufoca quando sentimos uma pontinha que seja de inveja.
Inveja vem do latim "invidia", que significa "ver ao contrário", um pouco como "intocável" ou "inadequado". É um defeito? Sim, mas um defeito que revela uma qualidade: a de saber ver, e a de admitir que pode haver outros melhores que nós ou numa situação melhor que a nossa.
E não será bom aceitar a diferença em vez de cortar os pulsos? Não será marca de bom gosto (e de forte integração social) desejar o que os outros têm? Lembrar o aspecto que falamos a nível material.
Se pensarmos um bocadinho, o que é o oposto da inveja, se não a mais irritante auto-suficiência e o mais penoso autismo? Se a inveja é ver os outros, não ter inveja é não ver os outros... E isso revela bastante egocentrismo.

Educação "aprendizagem"

Em Portugal há uma desconfiança enraizada em relação à escola, à aprendizagem e ao saber "livresco". O adjectivo "livresco" já denuncia este preconceito - como se aprender pelos livros fosse algo pitoresco, patusco, menor. Trata-se de uma desconfiança camponesa por tudo o que é saber teórico, saber que não seja "de experiência feito".
Um curso "superior" é assim designado porque vem a seguir "secundário"... E este mesmo tem esse nome porque é a seguir ao "primário"? Não! (Eu amo Portugal).
As palavras nunca são inocentes, se há coisa que aprendi no "secundário" foi que as palavras dizem sempre mais do que aquilo que dizem.
Tomara nós termos tantos médicos como pessoas são chamadas de doutor que, aliás, socialmente, mais do que a ver com a substância, resulta de efeitos externos como a gravata, a marca dos sapatos, o vinco das calças e a dignidade do porte.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Astrologia

"Não negue à partida uma ciência que desconhece" afirmava uma senhora com ar de quem percebia da coisa...que salvo erro era astróloga. Um astrólogo é alguém que, a troco de dinheiro nos lê o signo. Tal como o nome indica, astrologia é a ciência, arte ou artimanha que lê nos astros a palavra humana. Os antigos acharam por bem atribuir figuras míticas ao negrume dos céus e ler as estrelas como se fossem desenhos. Sendo o signo tão importante, tão elucidativo em relação ao carácter das pessoas, conheço muito pouca gente que ligue ao signo dos outros. A começar por mim: leio, confesso, o meu signo, mas nenhum dos outros. Isto será normal doutor? É sim. lemos com divertida avidez o nosso signo, mas às vezes por esforço de cortesia, vá lá, ligamos ao dos outros.
Esta semana diz: "Esteja disponível para um novo amor. Seja forte, não desista, saiba merecer a sua sorte." E eu, que remédio, lá tento merecer a minha sorte.
Ninguém liga se os astrólogos falham as suas previsões (e passam a vida a falhar) porque, no fundo todos sabemos que aquilo é só brincadeira. Os astrónomos são como o Nuno Gomes: pode falhar mil vezes que nós perdoamos. E basta acertarem uma vez para acharmos que são uns predestinados do caraças e têm mesmo, além de olho para o negócio, uma terceira visão na testa esquerda.
A astrologia serve para rir. Para nos dar pistas, para brincar aos mapas, para nos dizer: "Não desistas. A vida até tem alguma piada, tu é que podes andar meio distraído."
Mas sinceramente. Por que é que, quando vejo a astrologia, vou logo a correr ler o meu signo? Não devia ser o contrário? Não devia (porque me conheço) ser o meu signo o último a ser lido? Devia, sim. Então vamos mudar de hábitos. Vá, não sejam egoístas: da próxima vez que lerem a página da astrologia, não vejam o vosso signo. Vejam antes o meu.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais um dia pró torto

Woody Allen disse uma vez...: "Não sei se há vida depois da morte, mas sei uma coisa: há morte depois da vida."

Isto resume uma questão: mesmo que não goste da vida que tenho, o que se lhe segue não abre muitas perspectivas. Admiro as pessoas que antevêem a morte com a mesma gula que uma viagem às Caraíbas (se existem), mas afinal não me conto entre elas. Erro meu? Não faço ideia. Posso culpar os meus pais por não me terem incutido uma crença qualquer a roçar o fanatismo, pois os fanáticos de todo o tipo parecem ser bastante felizes. Pelo menos sorriem muito. E nisso estamos de acordo: eu também acho que sorrir é bom, mas por vezes não sorrio porque tenho Deus, razão ou verdade do meu lado. Sorrio quando compreendo, sorrio quando não compreendo mas gostei.
O falhanço de hoje é amanhã, uma bela história para contar. Perder um autocarro pode não ser culpa minha mas do autocarro. Perder um objecto pode ser culpa do mesmo e não minha. Mas perder a memória, noção de realidade e capacidade de rir de mim mesmo, isso aí já é da minha responsabilidade.
Os 10 mandamentos da Bíblia não se adequam muito aos tempos modernos, mas a maior parte deles são bonitos. Toda a sua tónica centra-se no eu, não no tu ou no eles. "Eu" é que sou o responsável pelo que faço com a minha vida. Não o mundo, ou os outros. A vida é injusta? Claro que é injusta! Mas é absurdo dizer "Que mal fiz eu para merecer isto?". A menos que achemos que as crianças que nascem seropositivas fizeram algo para merecer aquilo... Haja, senão amor, pelo menos respeito pelo próximo. Respeito, senhores. E lembrem-se...o riso não é inimigo do respeito, mas é-o do respeitinho.
Ser amado pelo próximo? Era bom, mas nem sempre conseguimos isso. A questão é: O mérito do amor está no amador? Não, mas sim na cousa amada.

Amesterdão

Bem…esta imaculada e imortal terra onde o que é ilegal se torna legal alem de muito divertido, tem maior número de coisas para oferecer do que a quantidade de vezes que o Benfica perde jogos. Pronto pode ser o Sporting, mas sejamos francos, não quero tornar isto polémico, mas só não vê quem não quer. Certo?
Deixemo-nos de asneiras (o futebol é isso mesmo) e retomemos o percurso. Amesterdão na wikipédia “é a capital, e a maior cidade dos Países Baixos, situada na província Holanda do Norte. Seu nome é derivado de uma represa (dam) no rio Amstel, o rio onde fica a cidade…BLA BLA BLA”! Mas porque será que uma cidade no quinto do caraças me faz passar tanto tempo em frente a esta porcaria deste ecrã? Se ainda fosse longe, mais falado e “interessante” tal como Paris, Barcelona, tudo bem, agora AMESTERDÃO?? Simples, na “wikimingos” que é a mais conhecida por estes lados, ou melhor, em minha casa, Amesterdão é classificada a cidade dos jovens, mais propriamente a cidade dos jovens na idade daquela estupidez limitada. Tal como disse em cima o que é ilegal, torna-se legal. Mas o que é que é ilegal que se torna legal e é assim tão interessante para jovens na idade da tão querida e adorada idade da estupidez limitada. Comecemos pela erva, sim...é legal...


À 1ª vista…”Green House”…talvez não diga muito…casa verde à letra…e vem o momento de inspiração…AHH…estávamos a falar de erva…huumm! Atrasos à parte, vender erva numa loja aberta ao público...giro....

Mas Amesterdão não se fica por aqui…

Red Light District é aquela coisa a que os wikipedianos chamam de “zona de prostituição em Amesterdão, onde o sexo pago é legalizado. Há cinemas eróticos, sex shops, bares de strip-tease e a prostituição propriamente dita. Há neste local inclusive um museu do sexo.” E eu wikimingosiano chamo de “EH EH, isto é fixe”.
Ainda bem que perceberam!
Pronto, e isto surgiu porquê, perguntam vocês? Simples, “inter rail”. Mas porquê ir a mais cidades se tudo o que queremos está em Amesterdão? Não tão simples, porque queremos conhecer e ser conhecidos…E isso envolve gajas e erva “in any type or form”? Don’t worry, we’ll find out!

Auto-crítica

Nada melhor para começar do que caracterizar o pastor do "owner" deste blog...portanto...sou:

Uma jóia de moço. Sou um solteirão, vá lá um solteiro, pronto solteirinho, ok, ok, sou um encalhado. Gosto muito de como sou. A minha mãe diz que tem muito orgulho nos filhos que tem, por isso eu acho-me com o direito de me incluir nesse grupo. Como toda gente, não consigo viver sem ar para respirar, sem água para beber, mas para alem disso, a minha pessoa não vive sem chocolate, e sem a minha mãe para me fazer a cama. Sou aquilo que sou, e não aquilo que as pessoas vêem na televisão.
Tenho vindo a descobrir que nesta vida, a busca da felicidade está cada vez mais difícil, não querendo dizer com isto, que essa busca, não seja produtiva. Vivo de momentos, não gosto da táctica do Jesualdo, e se tiver de escolher entre bar ou discoteca é óbvio que escolho o cinema, ah e também gosto muito da música dos Oasis. Engraçado também o aspecto nas discotecas de Braga quando é noite da mulher está sempre à pinha de homens.
Neste mundo só tenho medo de duas coisas, de perder a humildade e de chegar atrasado as aulas. Ansioso, impaciente, divertido e social, já fiz e já me arrependi de muito nesta vida, mas não me arrependo de nenhuma decisão tomada. O Roni é gay, e quando o pai dele descobrir vai deserdá-lo. Sou macho da cintura para baixo, e homem do pescoço para cima. Os meus problemas e crises existenciais ocupam-me metade do cérebro, deixando a outra metade inutilizada. Sendo eu o energúmeno mais susceptível de ser criticado, gosto de criticar. De tudo o que tenho, aquilo de que mais me orgulho é dos meus (verdadeiros) amigos, e só posso estar contente por isso. Só há uma pessoa que me move, bem ou mal? ...Não sei, mas que eu gosto muito dela...Isso é certo. Não é sôra TERESA RAQUEL...mia pioilha mais foufa??
Sou portanto, como disse, uma jóia de moço. Gosto de mim, e o sentimento é recíproco.